A cidade do Porto
situa-se no litoral norte de Portugal, na margem direita do rio Douro. A área
urbana do concelho do Porto é de somente 42 Km2 e a população de cerca
de 400 mil habitantes. No entanto a Área Metropolitana do Porto tem cerca de 1
700 000 habitantes, sendo a segunda
cidade do país e é a capital regional da zona norte.
Para compreender a cidade é preciso conhecer os
seus antecedentes históricos, mergulhando nas suas raízes mais profundas, ainda
que de forma sucinta.Existem vestígios de povoamento paleolítico,
nomeadamente os constituídos por objectos talhados a partir de seixos rolados
de quartzito e quartzo, encontrados quase sempre isoladamente e à superfície,
em locais próximos do litoral. Estes vestígios podem ser considerados como
sendo do tipo Acheulense. Foram detectados artefactos pertencentes a outras
indústrias líticas, como por exemplo a Ancorense (característica do litoral
minhoto).Devido ao crescimento urbano os vestígios
materiais da existência de monumentos megalíticos foram totalmente destruídos,
estando os testemunhos relativos ao megalitismo portuense reduzidos a algumas menções
toponímicas. É de salientar que, relativamente à zona das Antas, existem
relatos documentais da existência de monumentos megalíticos em registos que
datam da fundação da nacionalidade e assinados por D. Teresa e D. Afonso
Henriques.No ponto onde se atravessava o
rio, existia um povoado designado por Cale (século V). Mais tarde é referido
por Portus Cale e Portucale, origem do nome do País. Quando Vímara Peres
repovoa esta área no século IX, Portucale designa também o território dela
dependente e no século X toda a região a sul do rio Lima.
A Sé do Porto é
anterior à fundação da nacionalidade com a pequena igreja românica da Cedofeita
e o resto das muralhas são parte fundamental do espólio medieval da cidade. No
século XIV a cidade recebe uma nova cerca. Embora designada por Fernandina, a
sua construção deve ter ocorrido entre os reinados de D Afonso IV e D. João I.
Esta fortificação define o núcleo histórico do Porto.A cidade colaborou na
Descobertas desde o ínicio. Daqui partiu a esquadra do Infante D. Henrique para
participar na conquista de Ceuta.No final do século XV
o Porto tinha uma só freguesia e a sua população não ultrapassaria os 10 000
habitantes, enquanto Lisboa tinha 50 000.No século XVII o Porto conhece um
importante crescimento relacionado com o comércio do vinho. A assinatura do
Tratado de Methuen (1703) favorece a exportação de vinhos para a Grã-Bretanha e
depois cria a Real Companhia da Agricultura dos Vinhos do Alto Douro. Com o incremento do
comércio, aumentaram as colónias de ingleses e outros europeus, exercendo a
primeira grande influência na cidade.
O esplendor do barroco de Nasoni, tão
divulgado no Norte, deixa em muitos edíficios da cidade a marca da
prosperidade.Um outro período da
história urbana do Porto ocorre no século XIX em consonância com a revolução
Industrial. Instalaram-se fábricas, construiram-se bairros burgueses e
operários e abriram-se avenidas.
O Porto tornou-se uma cidade mercantil e
industrial, sendo o principal centro na freguesia de Massarelos. Neste lugar,
que começou por ser um centro produtor de sal no século XIII, instalaram-se
fundições, moagens e o primeiro centro térmico da cidade. Actualmente, os ramos
da indústria mais representativos em termos de emprego são os dos textéis,
vestuário, alimentação e bebidas, artes gráficas e edição de publicações e
química. Com o aumento do
emprego industrial na cidade, cresce também a atracção que ela exerce sobre os
campos. O problema do alojamento encontra no Porto uma resposta peculiar
representada pelas "ilhas". Solução talvez inspirada em formas
antigas, é constituída por pequenas habitações em banda, dando para estreitos
corredores que enchem o interior dos quarteirões.Foi também no século
XIX que se constituiu o Porto burguês. Em 1855 foi inaugurada a iluminação
pública e o cemitério de Agramonte. Neste século, em 1865 foi inaugurado o
Palácio de Cristal.
O desenvolvimento de
uma cidade não se faz sem transportes e o Douro era um obstáculo díficil que só
foi decididamente ultapassado com o progresso técnico do século XIX. Depois da
Ponte das Barcas(1806) e da Ponte Pênsil (1842), em 1877 foi erguida a Ponte
Dona Maria, que leva o comboio de Vila Nova de Gaia até Campanhã. Em 1886 é
inaugurada a Ponte D. Luís, de Gustav Eiffel. Em 1963 foi aberta ao trânsito a
Ponte Arrábida e, finalmente em 1992 Edgar Cardoso termina a construção da
Ponte de S.João, que vai substituir a ponte Dona Maria na sua ligação
ferroviária com o Porto. Do ponto de vista
comercial e de serviços, o Porto apresenta uma grande quantidade e diversidade.
O desenvolvimento económico arrastou as áreas periféricas que registam grande
crescimento populacional, sendo uma importante área suburbana. No ínicio do século XX, o
estabelecimento do Porto marítimo em Leixões, Matosinhos determinou o abandono
do Porto fluvial.
O Porto é uma cidade industrial. As pequenas oficinas
prosperam por todo o lado mas são as fábricas e "ilhas" em Cedofeita,
Santo Ildefonso, Bonfim e Campanhã que caracterizam uma cidade que se estende
por entre quintas, casas e hortas, muito além dos limites fixados pela Estrada
da Circunvalação. A renovação do centro do Porto
inicia-se com a República, pela abertura da Avenida dos Aliados e a edificação
dos novos Paços de Concelho. Visa-se a requalificação do centro cívico e
financeiro, formado em torno da Praça de D. Pedro, perto da Estação de S. Bento
( inaugurada em 1909). A transformação
da cidade será obra do Estado Corporativo, com a Ponte Arrábida e a Via Rápida
que ligam a margem sul do Douro ao Porto de Leixões e ao Aeroporto Francisco Sá
Carneiro. A
cidade é dividida em Freguesias:Aldoar,
Bonfim, Campanha, Cedofeita, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Miragaia,
Nevogilde, Massarelos, Paranhos, Ramalde, S.Nicolau, Sé, Santo Ildefonso
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