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domingo, 9 de maio de 2010

POR QUE COMEMORAR O DIA DAS MÃES ?


Pela primeira vez neste meu blog vou pubricar um pequeno texto que nada tem a ver com nutrição, embora sentimentos como tristeza e alegria mais do que tudo podem alimentar positivamente nossa alma e corpo, mais do que muitos alimentos. Para todos os que conheço e para os que só por este meio tenho o prazer de partilhar algo, os desejos de um bom dia das mães !


Há indícios de que algum tipo de comemoração em torno da maternidade existiu na Grécia Antiga e em Roma. Os gregos apresentavam oferendas, presentes e homenagens à deusa Reia ― mãe de todos os seres; os romanos faziam o mesmo que os gregos, mas a festa durava três dias, dedicada à deusa Cibele ― mãe dos deuses.
Como o mundo imita os Estados Unidos, a Igreja, "monoteísta", adaptou a data em homenagem à "Virgem Maria", mãe de Jesus. Mas isso ainda não era o "Dia das Mães", já que a homenagem era a um deus ou personagem único.
Por volta do inicio do século XIX nos Estados Unidos, quando a mãe de uma americana,
Anna Jarvis morreu, o luto virou depressão e as colegas de Annie resolveram alegrá-la promovendo uma festa em memória da mãe da grande amiga, que havia sido um exemplo de mulher ao prestar serviços comunitários durante a Guerra Civil Americana. A garota gostou tanto que divulgou a ideia, fazendo estender a homenagem para todas as mães, não só as que já haviam morrido. Isso aconteceu em 1904. A ideia pegou, virou mania nos Estados Unidos. Apenas dez anos depois, em 9 de maio de 1914, o então presidente Woodrow Wilson oficializou o Dia das Mães.
Interessante que a ação solidária de algumas amigas tenha ajudado a fomentar o que a escritora Júlia Ward Howe já havia sugerido em 1872. Alguém precisava começar para mostrar como celebrar o dia das mães seria legal. Como sempre acontece, outros países incluíram a data no calendário. Na Inglaterra, a comemoração começou de um jeito diferente. No início do século XVII, os operários ingleses recebiam folga para passar o quarto domingo da Quaresma com suas mães. Nesse "domingo das mães", elas faziam um bolo para "agradar" os filhos que trabalhavam longe de casa, e eles levavam presentes para mostrar que o trabalho valia a pena, mesmo tão longe. No Brasil, a data foi promovida em Porto Alegre, pela ACM (Associação Cristã de Moços), em 12 de maio de 1918. Catorze anos depois, em 1932, a data passou a fazer parte do calendário nacional por intermédio do então presidente Getúlio Vargas.

A ideia de presentear a homenageada abriu brechas para o caráter comercial do "Dia das Mães". Mas isso foi inevitável. Começou ainda nos tempos de Anna Jarvis ― embora eu acredite que já acontecia no tempo das homenagens às deusas que também recebiam presentes fabricados e vendidos por alguém, certo?
Não há nada de errado com a comercialização de presentes ― é algo necessário. O problema está nas pessoas, e não nas coisas. O roteiro mudou. Muitos filhos e mães esquecem a essência da data, que é a aproximação, passar um tempo juntos ou manter viva a memória de quem nos trouxe ao mundo.
Algumas mães, mesquinhas, esperam um super presente e só. Não são capazes de passar um tempo agradável sem criticar, sem reclamar, só sendo mãe. Esperam apenas que o filho devolva o investimento financeiro que fora feito para sua educação. Não um abraço quente, de amor verdadeiro. São mães frias, calculistas, que vêm nos filhos simples negócios. E ficam chateadas, reclamam "é só isso que eu mereço?" quando não recebem um presente com o valor financeiro esperado. E ainda saem reclamando para as amigas que o filho é "muquirana".
Por outro lado, alguns filhos acham que, por dar um presente caro, se isentam da tarefa de serem filhos de verdade. Não dedicam tempo, carinho e atenção. No Dia das Mães, agem como se fossem funcionários dos Correios. Dão uma "passadinha" super corrida só para entregar o pacote e dar um beijinho "gelado". Às vezes, o segundo do ano ― depois do Ano Novo. A mãe, sem graça, diz que não precisava se preocupar, que o verdadeiro presente é ver que o filho está bem e ganhar um abraço. Em seu coração, tudo o que ela queria era passar mais tempo com sua cria, saber realmente como estão as coisas, sentir que é amada por quem mais ama, jogar conversa fora e até poder ter o direito de dar algum conselho. Mas o filho não quer nem saber da solidão da senhora sua mãe.
Vendo isso, por volta de 1923, Anna Jarvis até tentou fazer uma campanha para devolver o calor humano à data. A repercussão foi grande, mas em termos de resultados, nada conseguiu mudar. Aliás, o Dia das Mães aqueceu o comércio, pois os filhos sempre compram presentes para agradá-las. Seja uma lembrancinha dada com amor, conforme as condições financeiras, seja um presentão que é mais um pedido de desculpas pela indiferença ou ausência de filho durante o ano.
O fato é que as notícias sobre o Dia das Mães são: "Dia das mães: recorde de otimismo entre os empresários." É estimado crescimento de 5,3% em relação ao Dia das Mães de 2009. E os presentes mais procurados são roupas, sapatos e acessórios (31%), seguidos de flores (18%). Em terceiro lugar, celular (15%) ― será que é para falar com a mamãe? Em quarto, eletrodomésticos (14%), seguido de perfumaria e cosméticos (8%) ― para mamãe ficar cheirosa e com a pele macia. Em sexto estão os eletrônicos (6%) e depois vêm as joias e relógios (2%) ― pra quem tem grana. E por fim, com 1% cada, chocolates e doces, utilidades domésticas, decoração e móveis, CDs, DVDs e livros, viagens e outros mais criativos.
Débora Carvalho